Principais diferenças entre Canto Clássico e Popular

Cantar clássico e pop envolve habilidades e técnicas muito distintas. Se você já tentou transitar entre esses estilos ou se sente inseguro sobre como aplicar corretamente as técnicas, este artigo é para você. Vamos explorar as diferenças fundamentais e oferecer dicas práticas para que você possa melhorar sua performance em qualquer gênero.

Mas qual é a maior diferença entre cantar ópera e cantar estilos pop ou comerciais? Essa questão é crucial, pois muitos cantores transitam entre esses estilos. 

No entanto, alguns acabam misturando características dos dois de forma não intencional, como soar pop ao cantar uma ária operática ou parecer clássico em uma música pop.

Diferença principal: forma da vogal

A maior diferença entre cantar clássico e cantar pop está na forma das vogais. 

Cantar clássico, como na ópera, exige vogais mais altas e escuras para um tom mais opulento e com mais brilho. 

Por outro lado, cantar pop requer vogais mais curtas e brilhantes, proporcionando um tom mais conversacional e natural. Vamos detalhar isso e comparar mais a fundo.

Vogais no Canto Clássico

No canto clássico, buscamos vogais mais “shakespearianas”. Isso significa uma maior abertura da mandíbula e mais espaço entre os molares, criando uma ressonância mais escura e cheia. 

A língua deve estar relaxada, e o palato mole um pouco mais elevado, com a laringe em uma posição mais baixa. Tudo isso contribui para um som mais opulento e rico.

 

Vogais no Canto Pop

No canto pop, a abordagem é diferente. As vogais são mais curtas, e a laringe fica em uma posição neutra, resultando em um som mais brilhante e conversacional. 

O espaço na boca é menor e menos “bocejante”, o que proporciona uma ressonância mais direta e clara. Aqui, buscamos uma naturalidade maior na voz.

 

Outras diferenças importantes

Além da forma das vogais, há várias outras diferenças cruciais entre os estilos clássico e pop. Vejamos a seguir cada uma delas:

 

  1. Uso de microfone

No canto clássico, não se utiliza microfone, pois a voz precisa ter um alcance potente para preencher grandes espaços. Já no canto pop, o microfone é uma ferramenta essencial, permitindo um som mais íntimo e conversacional. 

Mesmo assim, é importante dominar a projeção vocal para quando o microfone não estiver disponível.

 

  1. Vibrato

Vibrato é uma técnica vocal caracterizada por uma variação rápida e regular da altura (pitch) de uma nota, que cria um efeito ondulante e rico no som. Essa oscilação ocorre geralmente entre cinco a sete vezes por segundo e pode variar em amplitude e frequência, dependendo do estilo musical e da intenção do cantor. 

No canto clássico, o vibrato é amplamente utilizado para adicionar profundidade e sustentação às notas. 

No pop, o vibrato é usado com mais moderação. Pode-se alternar entre tons retos e vibrato, ou usar um vibrato mais estreito, adaptando-se ao estilo da música.

 

  1. Mistura de voz de cabeça e peito

Para cantores, no clássico, há uma maior ênfase na voz de cabeça, resultando em um tom mais leve e fluido. 

No pop, muitas vezes buscamos um tom mais denso e falado, utilizando mais a voz de peito. Isso requer técnicas específicas para transitar suavemente entre os registros.

 

  1. Escolha das cores vocais

Cores vocais referem-se às diferentes qualidades e tonalidades da voz que um cantor pode produzir, influenciando diretamente a emoção e a interpretação de uma música. 

Essas variações incluem aspectos como brilho, escuridão, leveza, peso e textura da voz. 

As cores vocais são moldadas por fatores como a técnica de respiração, a posição da laringe, a forma da boca e o uso do palato, permitindo ao cantor adaptar sua voz para diferentes estilos musicais e contextos expressivos. 

Cada nota no canto clássico deve ser uma joia, com um timbre claro e definido. 

No pop, a variação de cores vocais é maior. Podemos optar por tons mais ásperos ou até mesmo “feios” para transmitir emoção e autenticidade.

 

  1. Fechamento das pregas vocais

No clássico, buscamos um fechamento limpo e eficiente das pregas vocais, o que resulta em um som mais claro e potente.

No pop, muitas vezes usamos um tom mais soproso em algumas partes da música, criando uma textura diferenciada.

 

  1. Riffs ou Melismas

Riffs ou melismas são sequências curtas e rápidas de notas musicais que um cantor executa com agilidade e precisão, geralmente usadas para adicionar ornamentação e expressão à música.

Originários da improvisação, são comuns em gêneros como pop, R&B e soul, e exigem controle vocal avançado, técnica de respiração e flexibilidade vocal. Eles podem variar em complexidade e são utilizados para destacar determinadas partes de uma música.

Embora existam árias clássicas com complexos melismas, no geral, cantores clássicos tendem a seguir a melodia original sem muitas variações. 

No pop, é comum adicioná-los para personalizar a interpretação e mostrar habilidade técnica.

 

Hora de praticar

Para ilustrar essas diferenças, vamos realizar três exercícios práticos. Pegue seu caderno e anote as instruções!

 

Exercício 1: Vogais clássicas

– Respire profundamente e abra bem o espaço na boca.

– Cante uma arpejo simples em “ma”, mantendo a laringe baixa e usando vibrato em cada nota.

– Concentre-se em manter a ressonância opulenta e o som mais agudo.

 

Exercício 2: Vogais pop

– Respire normalmente e mantenha a laringe em posição neutra.

– Cante o mesmo arpejo em “ma”, mas desta vez com menos espaço na boca e sem vibrato, exceto na última nota.

– Foque em um som mais conversacional e brilhante.

 

Exercício 3: Transição entre Estilos

– Cante uma linha de uma música clássica e, em seguida, a mesma linha em estilo pop.

– Observe como a forma das vogais, a ressonância e o uso do vibrato mudam.

– Pratique transitar suavemente entre os dois estilos sem perder a qualidade vocal.

Dominar tanto o canto clássico quanto o pop oferece uma flexibilidade incrível para qualquer cantor. Compreender e aplicar as técnicas adequadas a cada estilo permite explorar uma gama mais ampla de expressões vocais e conectar-se melhor com diferentes audiências.

Independentemente do estilo que você escolher, lembre-se de que a técnica vocal é a chave para o sucesso. 

Ao dominar os fundamentos, você abre a porta para infinitas possibilidades com sua voz. 

Pratique regularmente, experimente com diferentes técnicas e, acima de tudo, divirta-se explorando os diversos sons que você pode criar.

Por fim, se você deseja se aprofundar mais em técnicas vocais e estilos, há muitos recursos disponíveis online, incluindo cursos e grupos de estudo. 

Continue a aprimorar suas habilidades e a explorar o vasto mundo da música com confiança e autoridade.

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Scroll to Top